Capítulo 7
Reanimação
Reanimação
— E então?
Continuei parada e calada.
Ele colocou uma de suas mãos em minha nuca e puxou-me para mais perto dele. Seus lábios estavam, agora, mais próximos dos meus. Nossos lábios se tocaram em um leve “selinho” e eu o empurrei.
— Você tá ficando louco? O que você tá pensando? Que pode vim assim pra cima de mim? Presta atenção no que você faz garoto.
— Você tá ficando louco? O que você tá pensando? Que pode vim assim pra cima de mim? Presta atenção no que você faz garoto.
— Nossa! Calma. Você ficou calada e eu achei... – O interrompi.
— Não devia achar nada.
Virei-me e vi que estavam todos ali, nos olhando.
— Eu vou embora.
Saí – Apressadamente – portão a fora.
Cheguei em casa – ainda linda como havia saído – e vi que o grupinho de minha Irma estava lá.
Entrei e bati a porta, não falei com ninguém e fui direto ao meu quarto.
— O que foi? – perguntou Brendon entrando em meu quarto.
— É raiva. Raiva, muita raiva.
— O que foi? Por que tanta raiva?
— Ah Brendon, me deixa vai!
— Nossa! Tá bom. A propósito, você está linda.
Dei um sorriso de leve.
— Obrigada. Só você mesmo pra me fazer rir.
Ele saiu do meu quarto dando um sorriso torto – que eu amava.
Continuei calada e deitada em minha cama por alguns minutos.
Levantei-me e fui ao guarda-roupa, procurei uma roupa adequada para vestir. Coloquei um short jeans e uma blusa roxa. Fui ao jardim ver o que estavam fazendo.
Estavam todos reunidos em volta de um tipo de suporte de madeira. Brendon estava tentando passar um fio de náilon por um pequeno buraco.
— O que vocês estão fazendo? – perguntei.
— Uma película de bolha de sabão. – respondeu-me Rita.
— Ah tá.
— Consegui! – falou Brendon dando um grito de vitória. Todos, inclusive eu riram.
— Pra que serve isso? – perguntei
— Sei não. Eu sei que o professor pediu pra gente fazer. – respondeu-me Rita.
— Hum...
Eles testaram o equipamento, que formava mesmo uma espécie de película, Brendon ficava brincando com ele. Fazia ondas e passava sua mão pela película.
Eu fiquei sentada observando – de longe.
— Vem Kate. – convidou-me Brendon para participar da brincadeira.
Fui até lá. Molhei minha mão e um aparte de meu braço na água com sabão e glicerina. Passeia suavemente pela película. Era divertido. Parecia até que estava atravessando a mão pelo vento. Era leve e suave bem fina entre meu braço, agora. Ela estourara.
— Tá bom, pronto, já “brinquei”. Vou ali dentro beber água.
Peguei um copo e fui a área de serviço. Bebi minha água e estava atravessando a porta da cozinha e esbarrei em Brendon, quase caí, mas ele – com suas grandes mãos – me segurou.
— Opa! Peguei você. – falou Brendon enquanto me segurava.
— Rs. Obrigada; de novo.
— E aí está menos raivosa?
— É; eu estou sim, brincar com a película me acalmou.
— E o que aconteceu pra você ficar com tanta raiva?
— Um idiota aí tentou me beijar, só que eu dei um “passa fora” nele.
— Rs. É isso aí, tem que ser difícil mesmo.
— E você gosta de garotas difíceis?
— Depende da ocasião.
— Ah! Tá bom então.
— Vou beber uma água aqui e voltar lá pra fora.
— Ok.
Voltei para o jardim também e parecia que estavam combinando outro trabalho para fazer – agradeci por isso, pois quanto mais trabalhos fizessem mais eu o veria.
— Outro trabalho?! – perguntei tentando parecer surpresa.
— É. Esse agora, a gente vai ter que gravar um vídeo dançando uma musica dos anos 60 ou 80. – respondeu-me Rita.
— Hum. Trabalho de artes?
— Não, de inglês.
— Oxi! O que um trabalho de dança tem haver com inglês?
— Sei lá, a professora é doida.
— É, percebi.
Deixei o pessoal lá conversando sobre o trabalho e entrei.
Fui tomar o meu banho. Depois fui comer algo, estava morrendo de fome.
Liguei o computador e entrei no meu MSN, não tinha ninguém de interessante on-line. Deixei o meu status em invisível e fui fazer montagens com algumas fotos que tirara.
Não tinha mais nada para fazer, a não ser ver um filme de terror – Atividade Paranormal – ou ficar no computador. Brendon, Mariana e Rita estavam vendo o filme na sala, todos os outros que estavam fazendo o trabalho já haviam ido embora. Já que eu não tinha nada melhor pra fazer eu fui desenhar.
Brendon ficara com medo do filme e só o ouvi dizendo que iria ficar comigo no quarto.
Ele veio ver o que eu estava fazendo.
— Ai que bonitinho. Desenha um para mim?
— Desenho sim.
Eu estava desenhando um emozinho sentado, de cabeça abaixada. Era realmente lindo.
Fiz o desenho pra ele e ele voltou para sala, pra continuar a ver o filme.
Eu me identifiquei um pouco com o desenho que fiz. Uma pessoa triste, deprimida, que precisava dar um sorriso, de um ombro amigo, e esse ombro amigo fora Brendon, ele conseguira me reanimar e me fazer dar um sorriso, apesar deu estar triste por causa dele, mais feliz por ele. Saber que ele estava bem, que nada acontecera com ele, diferente de mim, que estava sofrendo calada, sem poder contar com a ajuda e o conselho de uma amiga, pois não conseguia falar minhas tristezas a ninguém, a não ser comigo mesma, de noite, enquanto me preparava para dormir, para mais pranto e tristeza.

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