Capítulo 6
                                         Deixando a tristeza de lado

    

     — Ei, o que foi Kate? Eu nunca te vi assim...
     —
Ah Mateus. Muito obrigada, você salvou aminha vida.
     — De nada, mais agora me conta vai...
     — É só uma paixão na correspondida.
     — Não quer falar disso com alguém?
     — Pra falar a verdade, quero sim. Me leva em casa, eu ainda estou com os pensamentos fora de ordem.
     — Levo sim.
     No caminho, conversamos sobre besteiras. Ele, em todo tempo, tentando me fazer dar um sorriso.
     Quando chegamos o convidei para entrar.
     — Entra. Eu te explico tudo.
     — Tá bom.
     Quando entramos, ele sentou-se ao meu lado, no sofá.
     — Pode começar.
     Respirei fundo e comecei.
     — Bom, é que eu estou apaixonada por um menino. Ele tem sua idade e é muito bonito. Eu gosto pra caramba dele. E minha tristeza é porque ele também está apaixonado por outra menina.
     — Pelo menos é bonito. – Com essas palavras finalmente conseguira dar um sorriso. – É mais isso é horrível. Já sofri por isso também. “Tipo”, você amar a pessoa e não ser amado...
     — Pois é. Mas tudo passa. Ele pode me amar um dia...
     — Claro que sim, você é bonita, muito bonita, tem uma vida todinha pela frente, não gastes suas lágrimas por isso... Bom, mais agora eu preciso ir, tenho SESC agora de tarde. Abre lá o portão pra mim.
     — Não! Vou te deixar aqui, preso.  – Falei zoando.
     — Eu ligo pra policia e te denuncio por sequestro...
     — Não vai adiantar. Não vai ter provas.
     — Eu arrumo. Pego suas impressões digitais e coloco numa corda, que supostamente você usou pra me amarrar. Cuidado viu, eu sou perigoso.
     — Você não faz medo nem em uma mosca...
     — Rs. Tá, já chega; agora eu preciso ir mesmo.
     Ele levantou-se e me deu um abraço.
     Levei-o ate o portão e despedi-me dele.
     — Tchau Kate, fica “na paz” viu.
     — Rs, pode deixar.
     Mateus era meu amigo havia quatro anos. Apegamos-nos bastante e sempre dávamos conselhos um pro outro. Ele era meu melhor amigo, o único amigo homem que eu tinha. Samara também era minha melhor amiga. Eu a conhecera na igreja e depois ficamos “BFF”.
     — Eu entrei novamente e percebi que estava sozinha. Resolvi então arrumar a minha casa, já que não tinha outra coisa melhor pra fazer.
     — Quando terminei, liguei o computador e entrei em meu MSN.
    
     Alana diz:
     — Oi Kate.
     Kate diz:
     — Oi, tudo bom?
     Alana diz:
     — Tudo sim e você?
     Kate diz:
     — Também. E as “novas”?
      Alana diz:
     — Hoje vai ter uma festinha aqui na minha casa, “ta a fim” de vir?
     Kate diz:
     — Tá bom. Não tenho nada melhor pra fazer mesmo...
     Alana diz:
     — Então vem pra cá umas três horas...
     Kate diz:
     — Tá bom.
     Alana diz:
     — Vou sair aqui...
     Kate diz:
     — Tá bom, Tchau.
     Ela saiu do MSN e vi que eram 13:30. Almocei e depois fui tomar um banho pra ir à festinha de Alana.
     Coloquei uma blusa branca e uma saia de cintura alta preta. Fiquei um pouco elegante depois, mas bonita. Olhei para o relógio que já marcava 14:40; coloquei rapidamente uma sapatilha de camurça e vesti um bolero. Escovei meus dentes e saí apressada.
     Cheguei à casa de Alana e todos já estavam lá reunidos. Eram no máximo quinze pessoas. Ela me cumprimentou e me convidou para entrar. Alana me apresentou a um amigo dela chamado Alex.
     — Oi, Alex, prazer. – Falou ele comigo.
     — Oi, sou Kate.
     Ele me cumprimentou com um beijo no rosto.
     Fui pra varanda e fiquei lá por um momento
     — E aí Kate! Achei você uma gata! – Falou Alex
     — Rs, obrigada.
     — De nada. E “vem cá”, você tem namorado?
     — Não, não tenho
     — Hum. E então...
     — Então o quê?
     — Você quer ficar comigo? – Perguntou ele a mim.
     Fiquei parada e calada. Parecia até que eu tinha levado um enorme choque ou entrado em transe meditativo.



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